C.10.1-Hanseníase no Brasil: Análise e Questionamentos.O Brasil de todas as copas é no momento o dono da taça também no índice de incidência e prevalência da hanseníase(21,94 casos em cada 100.000 habitantes ou 2,19 para cada 10.000), que atinge em maior escala a faixa etária até 15 anos. Na disputa mundial do troféu que ninguém quer o Nepal passa a ocupar um distante segundo lugar. Para a OMS-Organização Mundial de Saúde, a doença é considerada “eliminada”(= sob controle) quando houver até 1 caso para cada 10.000 habitantes e “erradicada”, somente quando não mais for constatado nenhum caso.
O país até que tem condições de eliminar a hanseníase. Mas é como se não soubesse viver sem ela. Oscila e vacila sempre que precisa de vontade política no campo das prioridades. E quando está no rumo certo, falta velocidade nas estratégias de ação.
Há muito o que fazer. Não pode ser apenas mudar nome da doença, de seus derivados, das antigas colônias ou simplesmente fazer coleta de dados.
Do muito a ser feito, é fundamental a qualificação dos profissionais da saúde, capacitados que sejam para o diagnóstico focado na detecção precoce e controle adequado. Ao que parece, no entanto, hanseníase não tem tido tanta importância assim, tanto que não desperta maior empenho de especialização nem mesmo nos currículos acadêmicos.
É digno de louvor e palmas para a ciência o fato de existir tratamento e cura da hanseníase, graças à evolução científica! Mas, diante da constatação de cura, constata-se também uma certa acomodação da sociedade, da ciência e de governos diante do estágio atual da doença. Seria talvez o susto paralisante diante de outros vírus mais mortíferos da modernidade?
Senão vejamos:
1.O tratamento da hanseníase introduzido no Brasil a partir de 1986, patrocinado pela OMS é a Polioquimioterapia(PQT), baseada em três medicamentos: Dapsona(DDS), Clofazimina(CFZ) e Rifampicina(RFP). É tratamento único para todas as formas de hanseníase, paucibacilares ou multibacilares e para todo e qualquer tipo de organismo. Enquanto isso, realidade e pesquisas científicas comprovam a existência de vários pacientes apresentando efeitos colaterais à PQT, principalmente ao DDS. O arsenal terapêutico existente é limitado a poucas opções no caso de resistência, rejeição orgânica e efeito colateral persistente. Para outras doenças, mesmo existindo variados medicamentos em uso, continuam as pesquisas( e é muito bom que continuem) e a cada novo coquetel descoberto, surge uma esperança renovada.
Mas, e no caso da hanseníase e das reações hansênicas?
2.Os múltiplos comprometimentos oculares, tais como lacrimejamento, vermelhidão, ressecamento, fotofobia e aumento da fenda paubebral levam à perda parcial ou total da visão. Além disso, mesmo em casos novos e, mais ainda em casos crônicos, ocorrem outras lesões e sequelas incapacitantes. Que solução vislumbrar, se a rede pública, nem mesmo nos hospitais de referência, tem estrutura para atendimento oftalmológico e cirurgias neurológicas reparadoras das lesões?
3.A vacina BCG(Bacilo de Calmette-Guërin) ainda que não sendo específica para hanseníase, é destinada aos contatos intradomiciliares e grupos de risco. Não deveria haver então mais clareza de informação e consenso sobre conveniência ou não de seu uso sistêmico na prevenção e vigilância dos contatos?
4.E a Talidomida? Se tiver mesmo que ser um mal necessário no Brasil para tratamento de reações hansênicas, embora proibida em sua origem, é imprescindível intensificar o controle para evitar os indesejáveis efeitos teratogênicos comprovados na realidade de suas vítimas pelo valioso trabalho da ABPST - Associação Brasileira de Portadores da Síndrome da Talidomida. (www.talidomida.org.br)
5.Deve suscitar questionamentos e preocupação também a ocorrência de casos de “recidiva” da doença. Houve ou não houve cura? Por que isso acontece? Ou não acontece?
C.10.2-Links para + pesquisa e informação:www.saude.mg.gov.br; www.morhan.org.br;
O país até que tem condições de eliminar a hanseníase. Mas é como se não soubesse viver sem ela. Oscila e vacila sempre que precisa de vontade política no campo das prioridades. E quando está no rumo certo, falta velocidade nas estratégias de ação.
Há muito o que fazer. Não pode ser apenas mudar nome da doença, de seus derivados, das antigas colônias ou simplesmente fazer coleta de dados.
Do muito a ser feito, é fundamental a qualificação dos profissionais da saúde, capacitados que sejam para o diagnóstico focado na detecção precoce e controle adequado. Ao que parece, no entanto, hanseníase não tem tido tanta importância assim, tanto que não desperta maior empenho de especialização nem mesmo nos currículos acadêmicos.
É digno de louvor e palmas para a ciência o fato de existir tratamento e cura da hanseníase, graças à evolução científica! Mas, diante da constatação de cura, constata-se também uma certa acomodação da sociedade, da ciência e de governos diante do estágio atual da doença. Seria talvez o susto paralisante diante de outros vírus mais mortíferos da modernidade?
Senão vejamos:
1.O tratamento da hanseníase introduzido no Brasil a partir de 1986, patrocinado pela OMS é a Polioquimioterapia(PQT), baseada em três medicamentos: Dapsona(DDS), Clofazimina(CFZ) e Rifampicina(RFP). É tratamento único para todas as formas de hanseníase, paucibacilares ou multibacilares e para todo e qualquer tipo de organismo. Enquanto isso, realidade e pesquisas científicas comprovam a existência de vários pacientes apresentando efeitos colaterais à PQT, principalmente ao DDS. O arsenal terapêutico existente é limitado a poucas opções no caso de resistência, rejeição orgânica e efeito colateral persistente. Para outras doenças, mesmo existindo variados medicamentos em uso, continuam as pesquisas( e é muito bom que continuem) e a cada novo coquetel descoberto, surge uma esperança renovada.
Mas, e no caso da hanseníase e das reações hansênicas?
2.Os múltiplos comprometimentos oculares, tais como lacrimejamento, vermelhidão, ressecamento, fotofobia e aumento da fenda paubebral levam à perda parcial ou total da visão. Além disso, mesmo em casos novos e, mais ainda em casos crônicos, ocorrem outras lesões e sequelas incapacitantes. Que solução vislumbrar, se a rede pública, nem mesmo nos hospitais de referência, tem estrutura para atendimento oftalmológico e cirurgias neurológicas reparadoras das lesões?
3.A vacina BCG(Bacilo de Calmette-Guërin) ainda que não sendo específica para hanseníase, é destinada aos contatos intradomiciliares e grupos de risco. Não deveria haver então mais clareza de informação e consenso sobre conveniência ou não de seu uso sistêmico na prevenção e vigilância dos contatos?
4.E a Talidomida? Se tiver mesmo que ser um mal necessário no Brasil para tratamento de reações hansênicas, embora proibida em sua origem, é imprescindível intensificar o controle para evitar os indesejáveis efeitos teratogênicos comprovados na realidade de suas vítimas pelo valioso trabalho da ABPST - Associação Brasileira de Portadores da Síndrome da Talidomida. (www.talidomida.org.br)
5.Deve suscitar questionamentos e preocupação também a ocorrência de casos de “recidiva” da doença. Houve ou não houve cura? Por que isso acontece? Ou não acontece?
C.10.2-Links para + pesquisa e informação:www.saude.mg.gov.br; www.morhan.org.br;
" Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é quase incurável"
ResponderExcluirPARABENS PELO BLOG,FICOU MUITO INTERESSANTE!!!!
EU SOU DE BELO HORIZONTE E FILHA DE HANSENIANOS,INFELIZMENTE MEUS PAIS JA SE FORAM,MORRERAM EM STª FÉ,EU TAMBEM PARTICIPO DA COMUNIDADE EU AMO A COLONIA PADRE DAMIÃO NO ORKUT.
BJOSSS A TODOS.
MUITO INTERESSANTE O BLOG,E O SERVIÇO DE INFORMAÇÕES É MUITO ÚTIL
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