D.4.1-Contágio da doença
Entre os anos de 1885 e 1887 P.Damião apresentou os primeiros sintomas de lepra, contágio que se deu pelo convívio direto e permanente com os doentes sem tratamento que ainda não existia.
Exames de laboratório confirmaram as suspeitas. Em razão da falta de medicamento específico, a evolução da doença foi rápida e, à medida que os sintomas ficaram visíveis, passou a ser vítima também do preconceito dos governantes de Honolulu. Já não mais queriam permitir que saísse da ilha em busca de socorro como sempre fizera.
Embora contra a vontade das autoridades, submeteu-se a um tratamento que estava sendo experimentado pelo leprólogo japonês, Dr. Goto, no Hospital de Honolulu. Como sua fama já corria o mundo, todos o queriam conhecer e reverenciar. No hospital recebeu a visita do rei David Kalakaua, do Primeiro Ministro e do Bispo D.Hermann Koeckemann. Mesmo em meio ao sofrimento, esquecia-se de si para se preocupar com seu povo. Do Bispo conseguiu permissão para que P.Louis Conrardy, P.Wendelin Moellers e três religiosas franciscanas americanas fossem enviadas a Molokai para ajudar na assistência integral aos doentes. Do Rei conseguiu financiamento para construção de dois aquedutos que resolveriam de vez o abastecimento de água em toda a ilha. Assim era P.Damião, o tempo todo vivendo e sofrendo a serviço de sua vocação missionária.
D.4.2-Sofrimento e morteCom a notícia da doença de P.Damião, o mundo ficou estarrecido, mas como tudo tem a sua razão de ser, parece também ter acordado.
Quando a Princesa Lydia Liliuokalani visitou Molokai para entregar a P.Damião uma medalha honorífica concedida pelo rei David Kalakaua, segundo as crônicas da época, sentiu-se tão comovida como se lhe rompesse o coração, que lhe foi impossível fazer o discurso de homenagem. A princesa compartilhou esta experiência emocional com o mundo, enaltecendo os esforços realizados na ilha. Com isso o nome de Damião e seu trabalho na ilha passou a ser mais conhecido nos Estados Unidos e na Europa.
A persistência gera resultados. O trabalho passa a contar com outras frentes de ação. Protestantes americanos e a Igreja da Inglaterra enviam ajuda econômica, medicamentos, roupas e alimentos para a missão. A solidariedade acabou acontecendo e nos relatos consta que tenham ajudado muito daí por diante. Ao que se sabe P.Damião aceitava ajuda, mas não era chegado a honrarias e por isso nunca usou a medalha de honra que lhe foi outorgada.
Mesmo com sofrimento e dor P.Damião estava sempre em movimento, de manhã à noite. Era inquieto e brigava para conseguir soluções. Com a doença e a experiência sabia que estava chegando ao fim. Além dos novos missionários que chegavam para garantir a continuidade da missão, outros personagens, atraídos pela fama de P.Damião, começam a chegar para ajudar, entre os quais: o norte-americano Ira Barns Dutton, uma espécie de pau para toda obra, e o irlandês James Sinnet, tido pelo P.Damião como bom companheiro e que de fato o acompanhou até os últimos dias da enfermidade.
Em 1888 desembarcou em Molokai o artista protestante inglês, chamado Edward Clifford(1844-1907), levado pelo desejo de retratar o rosto daquele personagem por cuja história ficou fascinado. E é graças a esse trabalho de Clifford que muito da história visual de P.Damião se perpetuou no tempo através de fotos, pinturas e esculturas. Com ele a humanidade se sente arrebatada ao descobrir a alegria de um coração feliz, ainda que em um corpo dilacerado por doença e dor.
As forças do apóstolo dos leprosos diminuíam a cada dia, mas ainda assim escrevia ao irmão P.Pânfilo: “Estou sempre feliz e contente e, se bem que muito doente, nada mais desejo senão fazer a santa vontade de Deus”.
Estamos em 19 de março de l889. As forças físicas continuam se esvaindo. Com a lucidez dos que conhecem o próprio limite, chama os companheiros. Presta conta dos assuntos administrativos, designa P.Wendelin como seu sucessor e se despede com a emocionante coragem que sempre marcou sua vida: “Vi tantos doentes morrerem que é impossível enganar-me. A minha morte não pode estar longe. Deus me chama. Seja sempre bendito!”
E ele tinha razão. Encerra assim sua missão rodeado do pranto incontido daqueles com os quais escolheu viver. Morre feliz, na paz dos justos, em 15 de abril de 1889, aos 49 anos de idade.
Seus restos mortais foram sepultados em Molokai, e em atenção a seu pedido, debaixo da palmeira onde tinha passado suas primeiras noites na ilha. Nele se realiza a mensagem evangélica: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. (João 15, 13)
Entre os anos de 1885 e 1887 P.Damião apresentou os primeiros sintomas de lepra, contágio que se deu pelo convívio direto e permanente com os doentes sem tratamento que ainda não existia.
Exames de laboratório confirmaram as suspeitas. Em razão da falta de medicamento específico, a evolução da doença foi rápida e, à medida que os sintomas ficaram visíveis, passou a ser vítima também do preconceito dos governantes de Honolulu. Já não mais queriam permitir que saísse da ilha em busca de socorro como sempre fizera.
Embora contra a vontade das autoridades, submeteu-se a um tratamento que estava sendo experimentado pelo leprólogo japonês, Dr. Goto, no Hospital de Honolulu. Como sua fama já corria o mundo, todos o queriam conhecer e reverenciar. No hospital recebeu a visita do rei David Kalakaua, do Primeiro Ministro e do Bispo D.Hermann Koeckemann. Mesmo em meio ao sofrimento, esquecia-se de si para se preocupar com seu povo. Do Bispo conseguiu permissão para que P.Louis Conrardy, P.Wendelin Moellers e três religiosas franciscanas americanas fossem enviadas a Molokai para ajudar na assistência integral aos doentes. Do Rei conseguiu financiamento para construção de dois aquedutos que resolveriam de vez o abastecimento de água em toda a ilha. Assim era P.Damião, o tempo todo vivendo e sofrendo a serviço de sua vocação missionária.
D.4.2-Sofrimento e morteCom a notícia da doença de P.Damião, o mundo ficou estarrecido, mas como tudo tem a sua razão de ser, parece também ter acordado.
Quando a Princesa Lydia Liliuokalani visitou Molokai para entregar a P.Damião uma medalha honorífica concedida pelo rei David Kalakaua, segundo as crônicas da época, sentiu-se tão comovida como se lhe rompesse o coração, que lhe foi impossível fazer o discurso de homenagem. A princesa compartilhou esta experiência emocional com o mundo, enaltecendo os esforços realizados na ilha. Com isso o nome de Damião e seu trabalho na ilha passou a ser mais conhecido nos Estados Unidos e na Europa.
A persistência gera resultados. O trabalho passa a contar com outras frentes de ação. Protestantes americanos e a Igreja da Inglaterra enviam ajuda econômica, medicamentos, roupas e alimentos para a missão. A solidariedade acabou acontecendo e nos relatos consta que tenham ajudado muito daí por diante. Ao que se sabe P.Damião aceitava ajuda, mas não era chegado a honrarias e por isso nunca usou a medalha de honra que lhe foi outorgada.
Mesmo com sofrimento e dor P.Damião estava sempre em movimento, de manhã à noite. Era inquieto e brigava para conseguir soluções. Com a doença e a experiência sabia que estava chegando ao fim. Além dos novos missionários que chegavam para garantir a continuidade da missão, outros personagens, atraídos pela fama de P.Damião, começam a chegar para ajudar, entre os quais: o norte-americano Ira Barns Dutton, uma espécie de pau para toda obra, e o irlandês James Sinnet, tido pelo P.Damião como bom companheiro e que de fato o acompanhou até os últimos dias da enfermidade.
Em 1888 desembarcou em Molokai o artista protestante inglês, chamado Edward Clifford(1844-1907), levado pelo desejo de retratar o rosto daquele personagem por cuja história ficou fascinado. E é graças a esse trabalho de Clifford que muito da história visual de P.Damião se perpetuou no tempo através de fotos, pinturas e esculturas. Com ele a humanidade se sente arrebatada ao descobrir a alegria de um coração feliz, ainda que em um corpo dilacerado por doença e dor.
As forças do apóstolo dos leprosos diminuíam a cada dia, mas ainda assim escrevia ao irmão P.Pânfilo: “Estou sempre feliz e contente e, se bem que muito doente, nada mais desejo senão fazer a santa vontade de Deus”.
Estamos em 19 de março de l889. As forças físicas continuam se esvaindo. Com a lucidez dos que conhecem o próprio limite, chama os companheiros. Presta conta dos assuntos administrativos, designa P.Wendelin como seu sucessor e se despede com a emocionante coragem que sempre marcou sua vida: “Vi tantos doentes morrerem que é impossível enganar-me. A minha morte não pode estar longe. Deus me chama. Seja sempre bendito!”
E ele tinha razão. Encerra assim sua missão rodeado do pranto incontido daqueles com os quais escolheu viver. Morre feliz, na paz dos justos, em 15 de abril de 1889, aos 49 anos de idade.
Seus restos mortais foram sepultados em Molokai, e em atenção a seu pedido, debaixo da palmeira onde tinha passado suas primeiras noites na ilha. Nele se realiza a mensagem evangélica: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. (João 15, 13)
MUITO INTERESSANTE ESTE BLOG,MORO EM UBÁ E JA OUVI TANTAS COISAS SOBRE HANSENÍASE,COLONIA,PRECONCEITO, E SÓ AGORA PERCEBO O QUANTO AS APESSOAS SÃO IGNORANTES.PARABÉNS PELO BLOG.
ResponderExcluirPARABÉNS PELO BLOG.É INTERESSANTÍSSIMO.
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