segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E.4-Pode ser uma boa ideia

Desde os primeiros pensadores da humanidade, para os quais a ciência tira o chapéu, a ideia é sempre fruto da inteligência humana e resultado de processos mentais.
Em tempos de mistura globalizada os posicionamentos ideológicos, ora ganham, ora perdem espaço no imaginário humano.
No campo social ideologias políticas esquentam a cabeça de muita gente ou revelam a falta dela para muita coisa. A realidade humana cada vez mais distante do discurso social gerado no labirinto das ambiguidades.
Ideologias de esquerda, de centro ou de direita tentam temperar o debate, mas a falta do sal da coerência acaba mostrando uma realidade mais sem graça do que sopa de hospital. Teorias e campanhas a depender das pesquisas de opinião, instrumento científico importante, mas sorrateiramente usado para manipular consciências desavisadas. Como forma da livre expressão as pesquisas não podem ser proibidas, mas precisam encontrar um ponto de equilíbrio responsável para não inibir nem direcionar a manifestação de opiniões. E sempre que acontece fica difícil saber de quem é a culpa. Se dos institutos que ajeitam a pergunta e produzem a resposta encomendada ou se do entrevistado esperto que até deve ter a sua resposta, mas não está aí para quebrar a onda. Aliás, tem sido esta a esperteza dos que usam pesquisa apenas para saber o que o povo quer ouvir. Assim dá pra falar só o que agrada momentaneamente, em arroubos de execrável populismo. O aplauso enganado da plateia sustenta e estica o discurso enganador. E tudo sob medida, com muita estética e pouca ética.
No plano internacional tanto se fala das maravilhas do primeiro mundo e na vergonha do terceiro que até ficamos sem saber qual é mesmo e onde está o segundo mundo.
Ideólogos que se comprazem em apregoar os méritos da concorrência globalizada numa disputa que massacra os pequenos. Governantes extasiados com o poder onde nada mandam e obedientes onde deveriam mandar. Outros parecem preferir a terra arrasada e tanto pregam quanto desprezam os valores democráticos. E até se aproveitam da democracia para suas incoerenciazinhas. São capazes de espinafrarem ditaduras e enaltecerem ditaduras, de direita ou de esquerda, e vice-versa. Seria o caso de se perguntar: o que é condenável? A ditadura ou a esquerda ou direita de um regime? Se é que regime tem lado. Oportuno lembrar também que se o time embolar no meio de campo, o jogo não fica bom. Se direita, centro ou esquerda tivessem assim tanta razão, por que em alguns paises as pessoas precisam entrar escondidas e de outros tentam fugir? Por que tantos morrem em fuga, afogados em mar revolto? Cada regime tem as suas amostras, que geralmente são boas, tipo exportação. Quem visita um país ou estuda seu sistema pode não ter culpa de nem tudo ser mostrado, mas fica com ideia distorcida se faltar discernimento. É necessário questionar sobre tudo o que acontece, de um e de outro lado: dominação do capital internacional, arrogância pra mandar no mundo, livre concorrência entre forças desiguais, matança da Candelária, silêncio dos inocentes, fanatismo terrorista, ex-Muro de Berlim, ex-Cortina de Ferro, paredão de fuzilamento, massacre de estudantes na Praça da Paz Celestial, mordaça na imprensa. E muito mais.
Senso crítico pode ser uma boa ideia para verificar que à direita ou à esquerda existem problemas e também soluções, omissões e exageros, ditaduras e ditaduras, torturas e torturas. Talvez já tenha sido por isso que o mestre dos mestres deu um pito nos apóstolos que pediam para ficar um à sua direita e outro à sua esquerda: “vocês não sabem o que estão pedindo”!

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